Todos, invariavelmente da profissão que exercem, chegarão no que denomino “3º onda da carreira”. O que significa?
Na minha visão, a 1º onda nasce com a “iniciação profissional”: carregada com motivação, orgulho de si, um pouco de medo misturado com o entusiasmo. Estamos dispostos a vivenciar muitas experiências que a jornada profissional traz. Essa onda permite aflorar as competências “natas” relevantes e aprender muitas coisas novas. Se formos resumir em uma palavra, eu opto por “DESCOBRIMENTO”.
A 2º onda é aquela que já sabemos o que gostamos ou não , estamos mais seletivos no tipo de trabalho, empresa, desafios que a jornada profissional traz. Geralmente essa fase é combinada com uma “posição de referência” para os demais colegas e/ou clientes, seja pelo conhecimento acumulado, exemplo de comportamento, e/ou pelas suas competências relevantes demonstradas. É uma onda energeticamente produtiva para o indivíduo e para a empresa (mesmo que seja um negócio próprio) ! Geralmente é a onda mais longa da carreira que eu denomino “BAGAGEM”.
Chega um momento, que os desafios, por mais diferentes que sejam, não são mais encarados como desafios. O conhecimento e experiência acumulados são maiores que as atividades que se tem a fazer. Sentimentos opostos começam a rondar nossos pensamentos, algo misturado com “preguiça de ir trabalhar” , “orgulho de onde chegou”, “vontade de contribuir mais”,……
Um dilema “oculto”, pouco revelado com outras pessoas, mas que muito escuto nos atendimentos individuais. Fase muito importante e delicada, pois somos chamados a fazer algo, mas o que?
Daí o que denomino a 3º onda de carreira, a “REINVENÇÃO”: sensação de “desconstruir para evoluir”, de “desaprender para aprender”. Aquele sonho improvável pode tornar-se o seu dia a dia no futuro próximo.
Reconhecer quando esse momento chega, não é fácil. Conheço e escuto nos atendimentos que faço, profissionais brilhantes que deixaram este momento passar e levam algum tempo para recuperar sua autoestima. Por que? Pela sensação de não ser “dono de sua trajetória de carreira”, de alguém ter decidido por você.
Pela minha atividade atual, tenho notado de forma crescente, o interesse pelo aconselhamento de “talentos maduros” que estão, com certa antecedência, buscando decidir pelo momento de “desenhar a 3º onda da sua carreira”.
O passo mais difícil é assumir essa decisão. Por que? Por que tem-se a sensação (que é real) de abdicar-se das partes “perecíveis” do seu trabalho (cargo, benefícios,status, etc) e também das concretas (salário, vínculo com a empresa, sobrenome empresarial, etc).
Investi 3 anos me preparando para essa transição, mesmo assim, lembro muito bem como foi estranho trocar o título de destaque no Linkedin (meu “porto seguro”) por algo que não tinha idéia de como ia ser!!! “Empurrar” 38 anos de carreira para a parte “abaixo” do meu histórico profissional. Escrevo e afirmo com a “alma”: tem que estar muito seguro de sua decisão e isso permitirá seu interior estar preenchido de orgulho, entusiasmo, pulsão para vida…. mesmo sem saber direito o que vem pela frente.
Observar-se, olhar para dentro de si de forma descolada da carreira, é o segredo para uma transição equilibrada. Preparar-se emocionalmente, socialmente, financeiramente e profissionalmente. Esse é o ponto auge do trabalho que executo nos atendimentos para esse perfil de profissional.
Esse planejamento exige dedicação, muitas vezes uma formação complementar …. mas vale a pena!! Melhor você decidir do que deixar o acaso fazer isso!!
Muito interessante esse texto!
Acredito que seja mesmo assim! Não deve ser nada fácil desenhar a 3a onda e ter confiança, segurança e clareza de que está no caminho correto/ideal…
Séria muito interessante poder conhecer vivências de pessoas que já passaram por isso.
Obrigada por compartilhar o artigo!
Ola Adriana
Sim, essa e’ minha intencao em lancar os posts: compartilhar e ter outros insigths sobre o tema. Aos poucos as opinioes eztso surgindo. Obrigada por deixar seu comentario
Dear Lais, I have read your post and it is wonderful. Particularly I want to Sao that despite my career has not been a very long one, I was entering to stage three due to the monotony; no matter there would be some variances in what I did, o seemed always part of the same. I’m finding a new path within the company which is bringing me quietness and fullness at least by now so I feel like in stage 1 again but no matter that, this new factor of new normality and the uncertainty of the labor stability what make me think and sometimes even overthink about what you mentioned:”The feeling that I’m not the owner of my career” due to I’m totally dependent of my job to “live” and supporting my family, but on the other hand, this new path I’m building within the company is giving me some new competences and skills that help me to feel little bit more empowered about my feature. It is totally truth what you say that we must be totally sure about the next step we decide. I loved your writing and I remember you as the great leader you are, that strategic woman but first of all, that human being. Blessings for you and your family.
Dear Jose
Thank you to share your experience and learning. Happy to know that you are living a rich career path. Keep in contact
Cheers
Dear José, Thank you for your message. Late answer because I didnt realize that the correct one (1 year ago) stayed cashed in the outbox email. Happy that I could contribute with your carrer inspiration. Let´s keep in contact